O empreendedorismo é o que move a economia de qualquer país. Segundo estatísticas, são as micro e pequenas empresas que mais geram empregos com carteira assinada no Brasil. Investir em empreendedorismo na escola é preparar a nova geração não apenas para a inserção produtiva no mercado de trabalho, mas para o desenvolvimento de competências que valem para a vida toda.
Muitas pessoas acreditam que para empreender é necessário nascer com algum tipo de talento especial, como se essa capacidade fosse um dom. Na verdade, empreender é um conjunto de comportamentos e habilidades que podem ser desenvolvidos e aplicados não apenas para abrir empresas ou criar negócios, mas também para aprimorar a atuação em qualquer profissão.
A esse respeito, é no meio familiar e escolar que o jovem começa a dar os primeiros passos na compreensão de conteúdos e informações que farão toda a diferença em sua caminhada. Por conta disso, um dos assuntos que cada vez mais ganham importância nos dias atuais é o empreendedorismo na educação.
Isso porque a noção desse tema contribui para preparar o indivíduo não somente para a vida profissional, mas também para a pessoal, desenvolvendo habilidades e competências que são essenciais para que o jovem seja bem-sucedido, ganhe confiança e seja proativo. Além do mais, essa educação estimula as pessoas a criarem soluções para os problemas e adaptarem-se a novas situações da sociedade e do mercado de trabalho.
O que é educação empreendedora?
O conceito está relacionado a uma ideia inovadora no mercado de ensino, que se propõe a estimular o desenvolvimento de habilidades que são comuns ao empreendedor. Na verdade, é como enxergar que empreender é um processo constante de aprendizagem.
Até mesmo empresas já consolidadas precisam lidar com novos desafios a todo momento, como reinventar-se para continuar em um caminho de sucesso. O problema é que o risco tende a ser visto como uma coisa negativa e que foge do padrão de ensino convencional, no qual os erros são sempre “punidos” com notas baixas.
Os estudantes que são avaliados dessa maneira não têm espaço para se desenvolver além do que é proposto. Uma educação empreendedora preza por estimular o pensamento crítico, a análise de problemas mais complexos e a busca por soluções inteligentes para eles.
Com a recém-aprovada BNCC (Base Nacional Comum Curricular), o ensino do empreendedorismo na escola tende a ser ainda mais disseminado por contribuir de forma direta ou indireta com todas as 10 competências gerais que são diretrizes e devem ser desenvolvidas ao longo da educação básica, ou seja, do Ensino Fundamental ao Ensino Médio. Nesse sentido, destaca-se a convergência direta com a competência 6 – Trabalho e Projeto de Vida -, que tem como objetivo “valorizar e apropriar-se de conhecimentos e experiências para entender o mundo do trabalho para fazer escolhas alinhadas à cidadania e ao seu projeto de vida com liberdade, autonomia, criticidade e responsabilidade”.
Como implantar o empreendedorismo dentro da sala de aula?
A implantação do empreendedorismo no currículo escolar depende de a escola deixar antigos paradigmas de lado e adotar uma nova forma de educar, mais alinhada com um mundo em constante transformação e onde a tecnologia tem um papel cada vez mais fundamental no dia a dia.
Nessa nova realidade, a escola deve se conscientizar da importância do empreendedorismo na formação dos alunos, adotando a inovação e novas tecnologias nas metodologias de aprendizado.
As aulas precisam ser estimulantes, com atividades que desenvolvam a criatividade, a colaboração e o pensamento crítico dos alunos. Nesse contexto, é essencial a utilização de metodologias inovadoras que trabalham a resolução de problemas com abordagens participativas.
O professor deve estar apto a trabalhar a interdisciplinaridade e as tecnologias mais modernas em suas aulas, criando um ambiente colaborativo para trabalhar o empreendedorismo na escola. Além disso, cada professor deverá participar contextualizando o empreendedorismo em suas aulas, da maneira que for mais adequada às suas matérias.
Quais as vantagens da educação empreendedora?
Estímulo à criatividade
Quando pensamos em criatividade, é comum a associarmos aos estudos e às disciplinas voltadas à arte e à expressão emocional. No entanto, os processos criativos também estão ligados às demais disciplinas e, por isso, devem ser explorados dentro de sala de aula e, por meio desse conhecimento, os alunos são induzidos a agir, selecionar oportunidades e criar estratégias para colocar em prática seus ideais e propósitos.
Criação de uma cultura empreendedora
É possível instituir também uma cultura empreendedora, principalmente dentro das gerações mais novas, assim, quanto mais qualificados em aspectos de inovação e liderança estiverem os jovens, mais vantagens serão alcançadas para a economia e a sociedade.
Geração de oportunidades
Não é novidade que o acúmulo de conhecimento e qualificação pode ser decisivo para aumentar as oportunidades de uma pessoa dentro do mercado de trabalho. No caso do investimento em empreendedorismo na educação, é possível elevar os níveis de capacitação dos alunos em temas relativos a negócios.
Desenvolvimento do espírito de liderança
Essa vantagem é altamente requerida dentro do mercado de trabalho, pois consegue impactar decisivamente a saúde e o sucesso de um negócio. Entretanto, o aprimoramento dessa capacidade não está direcionado apenas à “arte” da liderança. Trata-se também de evidenciar, aos jovens, o seu potencial de conduzir os seus objetivos e sonhos.
Por conta dessa grande importância, o trabalho de aperfeiçoamento dos aspectos empreendedores deve começar cedo, visto que o estímulo precoce da liderança garante que o indivíduo esteja apto para fazer escolhas seguindo as suas próprias convicções, bem como para ter ciência de sua capacidade de traçar metas e alcançar resultados de acordo com os seus objetivos.
Essa competência ainda é capaz de influenciar as pessoas ao seu redor e contribuir para que elas adotem a mesma postura e o mesmo comportamento.