A Educação 4.0 e o uso de tecnologia em sala de aula

“Os analfabetos do século 21 não serão aqueles que não sabem ler e escrever, mas aqueles que não conseguirão aprender, desaprender e reaprender”. Foi nos anos 1970 que Alvin Toffler, futurista e filósofo norte americano, fez essa previsão. No entanto, em um universo onde a única constante é a mudança, ela não poderia ser mais atual.

O advento da 4ª Revolução Industrial mudou não só os meios de produção como também toda a vida em sociedade, redefinindo o ambiente de trabalho, a interação social e até mesmo a educação. O termo Educação 4.0 está relacionado ao conceito da Indústria 4.0, ou seja, a evolução da tecnologia e seu impacto em nosso dia a dia.

Quando falamos em Indústria 4.0, seus principais conceitos envolvem a aplicação da tecnologia por meio de indústrias automatizadas, Internet das Coisas, Inteligência Artificial, Coleta e Análise de Dados, entre outros. Acompanhando as mudanças das Revoluções Industriais nós temos:

  1. Educação 1.0 – Nessa fase o educador era a figura mais importante na organização e no trabalho de formação do estudante. Os estudantes, numa atitude de admiração e submissão, recebiam os ensinamentos dos mestres, pois ele era o detentor do saber. As primeiras escolas eram chamadas de Escolas Paroquiais e limitavam-se à formação de eclesiásticos. As aulas aconteciam nas igrejas e o ensino era limitado a leitura de texto sagrados. O ensino era baseado estritamente a educação cristã. Durante séculos essa educação prevaleceu e atendeu as expectativas da sociedade da época que não queria que as pessoas refletissem, pensassem e tirasse suas conclusões. Portanto, na educação 1.0 o currículo consistia apenas em aprender ler, escrever, conhecer a bíblia, canto e um pouco de aritmética, com o tempo incluiu o latim, gramática, retórica e dialética.
  2. Educação 2.0 –  A “nova” escola preparou as pessoas para trabalhar nas fábricas. Essa educação 2.0, com forte influência da Revolução Industrial, apresenta as mesmas características observadas na produção industrial – tarefas repetitivas, mecânicas e trabalho individual. A sala de aula era vista como homogênea e com uma metodologia de ensino e aprendizagem que se caracterizava pela: padronização, concentração, centralização e sincronização. A educação passou a ter como objetivo o treinamento, alicerçado na aprendizagem informativa, à qual a memorização ficava evidenciada. O conhecimento transmitido tinha, mais uma vez, a função de adequar o educando a sociedade e ao mercado de trabalho.
  3. Educação 3.0 – Consiste uma nova concepção do que ensinar, como ensinar, com o que ensinar e o que desenvolver para entregar como resultado, ao final do processo educativo, uma pessoa apta a trabalhar nesse novo cenário social. Na educação 3.0 o professor precisa saber usar as novas tecnologias como potencial pedagógico. Essa educação alia as novas tecnologias com a aprendizagem, sendo assim estimula cada vez mais os estudantes a desenvolverem a autonomia, a criatividade, a flexibilidade, a participação e a pesquisa a partir de projetos.
  4. Educação 4.0 – Com o advento da Quarta Revolução Industrial e da era digital, a educação apresenta um novo paradigma onde a informação encontra-se na rede das redes, nas aldeias globais e de fácil acesso a todos de forma horizontal e circular, sem limite de tempo e espaço geográfico. O educador, nesta tempestade de informações instantaneamente transmitidas, torna-se o orquestrador, o curador dos múltiplos saberes junto ao educando, procurando organizar e sintetizar a informação, transformando-a em conhecimento e o conhecimento em sabedoria. O educando nesse ambiente torna-se protagonista, o autor do conhecimento.

Além disso, na Educação 4.0 se acredita no learning by doing. Isso significa que os alunos devem aprender na prática e não apenas na teoria. O ambiente escolar se torna mais colaborativo e dinâmico.

A Educação 4.0 começa com a adoção de práticas no setor administrativo e organizacional das escolas. Assim, os processos se tornam muito mais eficientes e é possível acompanhar de forma muito mais efetiva todo o desenvolvimento dos alunos, por meio da captação (e da interpretação adequada e precisa) de dados.

Em segundo lugar, mas não menos importante, entra a inserção da tecnologia na educação e no dia a dia da sala de aula. Com a implementação de metodologias ativas (sobre as quais falaremos mais à frente) e de aulas diversificadas, os estudantes entram em contato com essas inovações de forma simultânea ao aprendizado.

Um ponto muito importante aqui é o letramento digital. Ele é a base para toda a compreensão tecnológica, uma espécie de alfabetização desse novo mundo para os estudantes, preparando-os de forma completa para o mercado de trabalho do século XXI.

Além disso, o ensino continua pautado nas exigências da Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Porém, se torna mais personalizado de acordo com os interesses e necessidades de cada aluno.

Em um mundo em que a internet se torna cada vez mais acessível e as inovações acontecem rapidamente; é essencial que a forma como aprendemos e ensinamos acompanhe as demandas dessa nova era.

A Educação 4.0 é um desafio para as escolas e professores; que devem incentivar uma nova cultura voltada à inovação, pensamento crítico, solução de problemas, invenção e outras habilidades. Entenda abaixo algumas ações e metodologias que podem facilitar esse processo:

Ensino híbrido

Uma das principais características do ensino híbrido é a mescla entre o ensino presencial e o online. Assim, o estudante participará de aulas e atividades nesses dois ambientes, passando a dominar cada vez mais o âmbito digital.

Cultura maker

A cultura maker não é uma metodologia propriamente dita, mas um conceito que faz parte de todas elas. Aqui, o estudante passa a ser mais autônomo e ter cada vez mais protagonismo no ensino, conduzindo o próprio aprendizado da maneira que for mais efetiva para ele.

Aprendizagem baseada em projetos

A aprendizagem baseada em projetos é um conceito que permite que um problema seja apresentado à classe e a solução envolva um projeto, obtido por meio da programação, de conhecimentos científicos, de abordagens que envolvam a conscientização da sociedade, entre outros.

STEAM e STEM

Por fim, temos as metodologias STEM e STEAM, que unem conceitos como a engenharia, matemática, ciências, artes e a tecnologia em prol do aprendizado dos estudantes.

Como essas metodologias se relacionam com a BNCC?

Uma das preocupações mais comuns dos gestores quando se deparam com o conceito de metodologia ativa pela primeira vez está na adequação dessa estratégia às normas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), exigida pelo Ministério da Educação (MEC).

Todas as metodologias mencionadas acima caminham completamente de acordo com as diretrizes do MEC, atuando em sinergia com a BNCC do começo ao fim. As disciplinas ministradas aos estudantes continuam as mesmas. O que muda, aqui, é a forma como o conhecimento é transmitido, utilizando uma abordagem diferenciada.

O estudante que se insere nas metodologias ativas estará completamente preparado para os vestibulares (dentre eles, o ENEM) e também para a vida e para o mercado de trabalho, com o desenvolvimento ativo de uma série de competências socioemocionais fundamentais para o sucesso acadêmico, pessoal e profissional.

Como podemos colocar a Educação 4.0 em prática?

Mas, afinal, como colocar isso em prática no dia a dia? Essa é uma tarefa que requer muita atenção para que a transição seja feita da melhor forma possível. Veja algumas dicas.

Otimização da gestão escolar

Fazer uma boa gestão escolar é, sem dúvidas, uma tarefa muito desafiadora. Para que ela seja efetiva, é fundamental estar com os olhos atentos a, quase que literalmente, mil e uma coisas de modo simultâneo.

Por que, então, não contar com a tecnologia para ajudar nesses processos? Com ela, é possível acompanhar dados e interpretá-los automaticamente, ajudando no armazenamento e interpretação de informações cruciais para o mapeamento de problemas e soluções para a instituição.

Desenvolver uma cultura digital

Faça com que os estudantes compreendam a importância da tecnologia para o ensino e aprendam a lidar com ela, o letramento digital, por exemplo, é essencial para que as próximas etapas aconteçam.

Mudar a infraestrutura da escola

Não há, por exemplo, como ensinar programação sem que os computadores disponíveis sejam adequados para tal atividade. É preciso planejar quais as mudanças mais urgentes e necessárias para que essas metodologias sejam aplicadas.

Capacitar os professores

A qualificação do corpo docente vem logo em seguida na lista de passos para implementar a Educação 4.0 em sua escola. Os docentes também devem ser levados em consideração no processo gradual de transição, sendo devidamente treinados com a ajuda de profissionais especializados nesse contexto.

Investir nas tecnologias certas

Nem sempre é possível implementar todas as mudanças, não é mesmo? Sendo assim, investir nas tecnologias certas é essencial. Veja o que mais se adéqua às necessidades de seus estudantes e saiba o que pode ser implementado mais rapidamente e com maior eficácia. A ajuda profissional também é muito importante para a tomada desse tipo de decisão.

Dialogar com os pais e responsáveis

Os familiares dos alunos precisam estar inclusos em todas as partes da transição. Por isso, converse pouco a pouco sobre, por exemplo, os benefícios da robótica educacional, as vantagens das metodologias ativas e outras mudanças, facilitando a adaptação e entendimento deles.

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