Agora é lei.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta segunda-feira 13/01/2025 lei que proíbe o uso de celulares em escolas. A matéria foi aprovada pela Câmara de Deputados e posteriormente pelo Senado, ainda em 2024. A lei define a proibição para alunos da educação infantil e dos ensinos fundamental e médio. Estudantes não poderão utilizar celulares, tablets ou relógios inteligentes durante as aulas, recreios e intervalos escolares.
No entanto, a legislação permite que professores autorizem o uso desses dispositivos para finalidades educativas. Além disso, o uso dos aparelhos é permitido em situações de emergência, necessidade ou força maior. Alguns países já possuem legislação que proíbe o uso de aparelhos eletrônicos nas escolas, como é o caso da França, Holanda e China.
Os dois lados da mesma moeda
Com a crescente integração da tecnologia na educação, os celulares têm se tornado ferramentas poderosas dentro da sala de aula. Quando utilizados de maneira planejada e supervisionada, esses dispositivos podem oferecer uma série de benefícios que enriquecem o processo de aprendizagem e promovem o engajamento dos estudantes.
Uma das principais vantagens é o acesso imediato a uma vasta gama de informações. Com os celulares, os alunos podem realizar pesquisas rápidas, acessar conteúdos atualizados e consultar materiais adicionais sobre os temas estudados. Isso permite que o aprendizado ultrapasse os limites do conteúdo programático tradicional, estimulando a curiosidade e a autonomia na busca pelo conhecimento.
Outra vantagem significativa é a possibilidade de utilizar aplicativos educacionais. Plataformas de aprendizado, ferramentas de organização e programas interativos podem ajudar a tornar as aulas mais dinâmicas e adaptadas às necessidades individuais de cada estudante. Por exemplo, apps de realidade aumentada podem trazer conceitos abstratos para o mundo real, tornando-os mais fáceis de compreender.
Os celulares também são aliados na colaboração e comunicação entre os alunos. Ferramentas de compartilhamento de documentos, chats e plataformas de trabalho em grupo incentivam o desenvolvimento de habilidades essenciais, como o trabalho em equipe e a resolução de problemas. Além disso, eles permitem que os professores adotem métodos de ensino mais ativos e participativos, como debates mediados por tecnologia e jogos educacionais.
Outro aspecto relevante é o preparo dos alunos para o mundo digital. O uso responsável e produtivo de celulares em sala de aula contribui para o desenvolvimento de competências digitais, que são fundamentais no mercado de trabalho e na vida cotidiana. Isso inclui habilidades como a navegação online, a análise crítica de informações e a utilização ética da tecnologia.
Por fim, o uso de celulares pode promover a inclusão digital. Estudantes que possuem dificuldade em acessar recursos tecnológicos fora do ambiente escolar encontram na sala de aula uma oportunidade de utilizar ferramentas que potencializam seu aprendizado.
O uso de celulares em sala de aula, quando bem direcionado, oferece inúmeras vantagens. Ele amplia o acesso à informação, promove o aprendizado colaborativo, desenvolve competências digitais e enriquece as práticas pedagógicas. Para que isso seja possível, é essencial que professores, pais e gestores escolares trabalhem juntos na criação de políticas claras e no estabelecimento de práticas que garantam o uso ético e produtivo da tecnologia.
Embora o uso de celulares em sala de aula possa oferecer benefícios, também existem desvantagens significativas que podem impactar negativamente o ambiente escolar e o processo de aprendizagem. Quando não há controle adequado ou diretrizes claras, esses dispositivos podem se tornar fontes de distração e problemas.
Uma das principais desvantagens é a distração dos alunos. Com acesso a redes sociais, jogos e mensagens, muitos estudantes podem perder o foco durante as aulas. Isso prejudica não apenas seu próprio aprendizado, mas também pode atrapalhar o andamento da aula, já que o professor precisa lidar com situações de dispersão frequente.
Outro problema relevante é o uso inadequado dos aparelhos. Celulares podem ser utilizados para atividades que não têm relação com os objetivos educacionais, como assistir a vídeos de entretenimento, tirar fotos ou enviar mensagens. Em alguns casos, isso pode até gerar conflitos, como bullying virtual ou a exposição de colegas e professores de maneira imprópria.
Além disso, o uso de celulares pode dificultar o desenvolvimento de habilidades interpessoais. Quando alunos estão constantemente conectados a seus dispositivos, há menos interação face a face, o que pode prejudicar a comunicação, a empatia e o trabalho em equipe. O excesso de tempo em frente às telas também pode contribuir para problemas como ansiedade e isolamento social.
Outro desafio importante é a desigualdade no acesso à tecnologia. Nem todos os estudantes possuem aparelhos modernos ou acesso a uma conexão estável à internet, o que pode gerar situações de exclusão dentro do ambiente escolar. Essa disparidade pode ampliar as desigualdades existentes e criar constrangimentos entre os alunos.
Há também a preocupação com o uso ético e seguro da tecnologia. Sem a orientação adequada, os estudantes podem acessar conteúdos inadequados ou expor informações pessoais em plataformas online. Isso reforça a necessidade de ensinar sobre segurança digital, mas também destaca os riscos inerentes ao uso indiscriminado desses dispositivos.
Por fim, o uso excessivo de celulares pode impactar negativamente a postura e a concentração dos alunos. O hábito de checar constantemente o aparelho pode gerar uma dependência tecnológica, dificultando a capacidade de se desconectar e de manter a atenção plena em atividades importantes.
Embora os celulares possam ser ferramentas úteis na educação, suas desvantagens não devem ser ignoradas. Distrações, uso inadequado, exclusão digital e problemas relacionados ao comportamento e à segurança são desafios que precisam ser considerados. Para minimizar esses impactos, é essencial que as escolas estabeleçam políticas claras, promovam a educação digital e incentivem práticas saudáveis de uso da tecnologia em sala de aula.